O Pontificado de João Paulo II

          “João Paulo resolvia tudo de Joelhos. Não se cansava de rezar (…) nós o víamos rezar de modo muito diferente do nosso, era como que “pego” pelo Senhor e mergulhava n’Ele como se não existisse mais nada fora. Somente Deus!”.
                                             Cardeal Stanislaw Dziwisz
                                             Secretário de João Paulo II (1)
         O Papa João Paulo II teve o terceiro mais longo pontificado da história. Ao longo dos anos em que esteve á frente da Igreja, de 1978 a 2005, ele fez inúmeras viagens, encontrou-se com multidões. O Papa Francisco o definiu, recentemente, como “um grande missionário, o novo São Paulo Apóstolo”.
  • Visitou 317 das 333 paróquias romanas.
  • Publicou: 14 Encíclicas, 15 exortações Apostólica, 11 Constituições Apostólicas e 45 Cartas apostólicas.
  • Publicou cinco livros: “Cruzando o limiar da esperança” (1994); “Dom e mistério: no quinquagésimo aniversário de minha ordenação sacerdotal” (1996); “tríptico romano – Meditações”, livro de poesias (2003); “Levantai-vos! Vamos!” (2004); “Memorias e identidade” (fevereiro de 2005).
  • Proclamou 1338 beatos e canonizou 482 santos.
  • Nomeou 231 cardeais.
  • Presidiu 15 assembleias do sínodo dos bispos.
  • Teve 738 audiências e encontros com chefes de Estado e 246 audiências e encontros com primeiros-ministros.
           Muitos de nós ainda lembramos bem dessa santa figura na História do Pontificado. Está bem presente em nossa memória. Esteve três vezes no Brasil. João Paulo II pastoreou a Igreja por 26 anos: de 16 de outubro de 1978 a 2 de abril de 2005. Ficou atrás apenas de São Pedro (que governou, segundo a tradição, 34 ou 37 anos) e Beato Pio IX (31 anos).
          Pelo fato de ter ido a muitos locais espalhados pelo mundo (visitou 129 países) durante seu pontificado, acabou adquirindo os carinhosos apelidos de “Papa peregrino” e “peregrino da paz”.
                        O Papa da Juventude

          “Antes de tudo, apliquem-se aos estudos com muita intensidade; eles favorecem o amadurecimento pessoal, exercitam a disciplina da inteligência e da vontade, abrem horizontes sempre novos sobre a vastidão do saber humano, nas suas múltiplas manifestações” “Existe outro componente decisivo na vida de vocês: Jesus de Nazaré. Com ele, vocês: poderão atingir a alegria mais profunda, que se torna força e amparo” (Papa João Paulo II) (2).
         A relação com a juventude marcou o papado de João Paulo II. Foi ele quem instituiu as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), em 1985, com um grande encontro por ocasião do ano da juventude, declaro pelas Nações Unidas.
         O Papa João Paulo II é por muitos considerado o Papa Jovem. De fato, ele realizou grandes obras pela difusão do Evangelho também no meio dos jovens. Ao inaugurar o seu pontificado, João Paulo II disse aos jovens na Praça São Pedro: “Vocês são a minha esperança da Igreja e do mundo. Vocês são a minha esperança”. E isso foi o começo de tudo…
         O jovem busca a Deus, busca um sentido para a sua vida, busca respostas definitivas. A pergunta do jovem do Evangelho dirigida a Jesus: “Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna?” (Mt 19, 16-22) segue sendo, em todos os tempos, a pergunta de cada jovem.
         Devido a essa estreita e permanente relação com os jovens, o Papa Francisco proclamará João Paulo II patrono das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), evento criado por ele e que a cada edição reúne milhares de jovens católicos e de outras igrejas e religiões de todo o mundo. Sobre essa experiência bem sucedida das Jornadas, o próprio João Paulo II uma vez declarou: “Ninguém inventou os Dias Mundiais da Juventude. foram os próprios jovens que os criaram”. Para ele, tais dias (DMJs) e tais encontros (JMJs) são uma necessidade dos jovens de todos os lugares do mundo. Ele ainda afirmou que as Jornadas Mundiais da Juventude se tornaram um poderoso meio de evangelização onde os jovens dão fascinantes testemunhos para eles mesmos.
          Afirmou o Papa João Paulo II: “A missão dos jovens é incendiar o mundo com o amor de Deus”.
         Define-se o Papa João Paulo II de forma ínclita como “o homem de oração”, “o missionário da paz”, “o Papa da família” e “Pastor da juventude”.
Pe. Inácio José do Vale
Professor de Historia da Igreja
Instituto de Teologia Bento XVI
Sociólogo em Ciência da Religião
E-mail: pe.inacio.jose@gmail.com
Notas:
(1) Revista Canção Nova, abril de 2014, p. 10.
(2) Discurso de João Paulo II aos estudantes de Roma, 01/03/1980.
Fontes:
Revista Divina Misericórdia, abril/maio de 2014.
Mensageiro do Coração de Jesus, janeiro/fevereiro de 2012.

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