Como orava Jesus?


A vida de Jesus era uma oração única. Em momentos decisivos, como a tentação no deserto, a escolha dos apóstolos e a crucifixão, a sua oração era especialmente intensa. Com frequência, sobretudo à noite, Ele retirava-Se na solidão, para orar. Ser um com o Pai, no Espírito Santo, era o fio condutor da sua vida terrena. [ 2600-2605]

Perante a morte, Jesus viveu toda a profundidade da angústia humana. Porém, Ele encontrou a força para também nesse momento confiar no Pai celeste: «Abbá, Pai, tudo Te é possível: afasta de Mim este cálice! Contudo, não se faça o que Eu quero, mas o que Tu queres!« (Mc 14,36) [2605-2606,2620]

 “A necessidade ensina a orar.” Quase todas as pessoas têm a experiências disso. Como orou Jesus perante a ameaça da morte? O que nessa altura O orientou foi a absoluta disponibilidade para crer no amor e no cuidado do Pai. No entanto, Jesus proferiu a mais abissal de todas as orações, retirada das orações judaicas para a chegada da morte: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste? « (Sl 22,1; cf. Mc 15,34) Então implícitos nesta frase do Crucificado todo o desespero, toda a lamúria, todo o grito das pessoas de todos os tempos, assim como o desejo da mão auxiliadora de Deus. Ao dizer «Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito« (Lc 23,46), Jesus entregou o Seu espírito. Aqui ressoa a confiança infinita no Pai, cujo poder conhece o caminho para superar a morte. Assim, a oração de Jesus a morrer antecipa a vitória pascal na Sua ressureição. [YouCat 475,476]

«Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado para o céu, é um grito de gratidão e de amor, tanto no meio da tribulação como no meio da alegria» (1). «Se conhecesses o dom de Deus!» (Jo 4, 10). A maravilha da oração revela-se precisamente, à beira dos poços aonde vamos buscar a nossa água: aí é que Cristo vem ao encontro de todo o ser humano; Ele antecipa-Se a procurar-nos e é Ele que nos pede de beber. Jesus tem sede, e o seu pedido brota das profundezas de Deus que nos deseja. A oração, saibamo-lo ou não, é o encontro da sede de Deus com a nossa. Deus tem sede de que nós tenhamos sede d’Ele (5).
[Papa Bento XVI - Catequese 29/08/2012]

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