Prepare-se para o Ano da Fé: padre esclarece proposta de Bento XVI

Jéssica Marçal
Da Redação CN


'O mistério ‘fidei’ é inteligível, porém ele não se esgota numa simples explicação ou num simples dogma', diz padre José Honório
Em meio às incertezas trazidas pela cultura pós-moderna, os católicos terão a oportunidade de refletir sobre suas crenças e convicções religiosas. O Papa Bento XVI instituiu o Ano da Fé, de outubro de 2012 a outubro de 2013, ocasião que deve incitar o redescobrimento da fé católica. Em uma paróquia de Montes Claros (MG), uma escola de formação foi criada para esclarecer e preparar os fiéis para este Ano.

A proposta do Papa é que todo cristão tenha a sua convicção e a sua identidade na fé católica. Diante desse pedido do Santo Padre, o vigário geral da Catedral Metropolitana de Montes Claros (MG), padre José Honório de Andrade, ressaltou um aspecto da personalidade de Bento XVI que ele considera interessante. 

“O Papa é um homem audacioso. Num mundo pós-moderno, em que existem várias crises, a crise de identidade, ele nos propõe uma reflexão sobre a fé. É uma riqueza que o Santo Padre, o Papa, concede a todos nós no Brasil e no mundo”, exaltou.  

Fé: mistério incompreensível?

Com caráter abstrato, algumas pessoas encaram a fé como algo incompreensível, que permanece apenas no campo da sensibilidade. O padre José Honório, porém, desmistificou esse pensamento. 

“Fé não significa que a gente não possa entender. O mistério ‘fidei’ é inteligível, porém ele não se esgota numa simples explicação ou num simples dogma. Ele sempre se revela novo, aberto aos desafios de hoje em que o ser humano, o cristão é chamado a viver. Estar no mundo e, a partir da sua fé, transformar as realidades de morte em esperança e salvação”, explicou. 

Fé x cultura atual

Padre José Honório destacou que a fé hoje passa por uma crise e, até mesmo, uma descrença. Ele foi enfático ao dizer que a fé deve ocupar um lugar de destaque pelo fato de ser adquirida por meio de alguém que fala, sobretudo, através de testemunhos.

O vigário acredita que a autêntica vivência da fé e o verdadeiro apostolado da missão devem ser despertados nos irmãos. Para que isso aconteça, a comunidade deve fazer com que a voz do Papa seja também a voz do Cristo e a sua própria voz.  

O padre complementou citando as formas como os cristãos manifestam sua fé nos dias de hoje: leituras bíblicas, orações, sacramentos e prática. Esta última, de acordo com o sacerdote, trata-se de uma obra social que não é simplesmente caritativa, mas que proporciona ao cristão ver, num irmão que sofre, o próprio Cristo dando a oportunidade para o crescimento e a maturidade na fé. 

Escola de Formação em Montes Claros


O padre José Honório está à frente dos módulos ministrados na Escola de Formação “A Fé Católica”, realizada uma vez por mês de fevereiro até outubro deste ano na Catedral Metropolitana de Montes Claros. De acordo com ele, a metodologia utilizada está em sintonia com a Porta Fidei,Carta Apostólica

“A nossa paróquia está promovendo encontros mensais para despertar nos nossos paroquiandos o verdadeiro sentido da fé e o porquê e o como celebramos os nossos ritos, os nossos sacramentos e, a partir disso, agirmos fora do salão, fora da paróquia, agir no mundo”, contou. 

A metodologia utilizada nos encontros é a indicada pelo Vaticano. “Num primeiro ponto, nós estudamos o que o Papa pediu, na Porta Fidei, e agora nós estamos estudando o credo, o sínodo da fé. Aí nós vamos até outubro esmiuçar esse sínodo, o símbolo da fé, para que possamos realmente dizer ‘eu creio nisso, eu sigo isto, eu vivo isto na minha fé'”. 

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