"Fazer memória da bondade do Senhor", pede Bento XVI

Leonardo Meira
Da Redação CN

Papa saúda os cerca de 30 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro para a tradicional Catequese
O Papa Bento XVI falou sobre o Salmo 136 - "Grande Hallel" - nCatequese desta quarta-feira, 19. O Salmo resume toda a história de que o Antigo Testamento dá testemunho e é um grande hino de louvor, que celebra o Senhor nas múltiplas e repetidas manifestações da sua bondade ao longo da história dos homens.
"Como podemos fazer deste Salmo uma oração nossa, como podemos apropriar-nos, para a nossa oração, deste Salmo?", questiona o Pontífice. Ele lembra que a estrutura do Salmo ressalta a criação como grande dom de Deus do qual vivemos, no qual Ele se revela em sua bondade e grandeza, e depois se segue a história da salvação - a libertação do Egito, o tempo do deserto, a entrada na Terra Santa e, em seguida, os outros problemas, que estão muito longe de nós, não são a nossa história.

"Mas devemos estar atentos à estrutura fundamental desta oração. A estrutura fundamental é que Israel recorda-se da bondade do Senhor. E isso é importante também para nós: ter uma memória da bondade do Senhor. A memória torna-se uma força de esperança. A memória nos diz: Deus existe, Deus é bom, eterna é a sua misericórdia. E assim a memória abre, mesmo na escuridão de um dia, de um período, a estrada para o futuro: é luz e estrela que nos guia. Também nós temos uma memória do bem, do amor misericordioso, eterno de Deus", ressalta o Papa.

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.: NA ÍNTEGRA: Catequese de Bento XVI

Todo o Salmo 136 executa-se na forma de ladainha, cantada por repetição antifonal "porque o seu amor é para sempre". "Ao longo do poema, são enumeradas as muitas maravilhas de Deus na história humana e as suas intervenções em curso em favor de seu povo; e a cada proclamação da ação salvífica do Senhor responde a antífona com a motivação fundamental do louvor: o amor eterno de Deus, um amor que, de acordo com o termo hebraico utilizado, implica fidelidade, misericórdia, bondade, graça, ternura", explica o Papa.

A memória da bondade de Deus "ajuda-nos, torna-se uma estrela de esperança, ainda que cada um tenha a sua história pessoal de salvação, e devemos realmente valorizar essa história, ter sempre a memória das grandes coisas que Ele fez na nossa vida, para ter confiança: a sua misericórdia é eterna. E se, hoje, estamos na noite escura, amanhã Ele nos liberta, porque a sua misericórdia é eterna".

Bento XVI recorda a que ponto chega a bondade misericordiosa de Deus e a sublimidade do seu amor para sempre: "Na plenitude dos tempos, o Filho de Deus se fez homem para dar a sua vida pela salvação de cada um de nós, e dá-se como pão no mistério eucarístico para fazer-nos entrar na sua aliança, que nos torna filhos".

E concluiu:

"Quero, por isso, concluir esta Catequese fazendo minhas as palavras que São João escreve em sua Primeira Carta e que deveremos sempre manter presentes na nossa oração: 'Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato' (I Jo 3, 1). Obrigado".



A audiência

O encontro do Santo Padre com cerca de 30 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, aconteceu às 10h30 (horário de Roma - 6h30 no horário de Brasília). A reflexão faz parte da "Escola de Oração", iniciada pelo Papa na Catequese de 4 de maio.
Na saudação aos fiéis de língua portuguesa, o Papa indicou:

"Amados peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! A todos saúdo com grande afeto e alegria, de modo especial a quantos vieram do Brasil com o desejo de encontrar o Sucessor de Pedro. “Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos!” Possa Ele sempre vos abençoar a vós e as vossas famílias! Ide em paz!".

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