Homilias e dizeres do Pe. Fernando Cardoso - 08 de julho de 2011

Ontem o Evangelista Mateus, no discurso missionário, mostrava como devem proceder os verdadeiros agentes de missão evangélica enviados pela Igreja. Pobreza absoluta, absoluta falta de meios humanos, porque assim não se mistura o que é terrestre com o que é celeste. Assim resplandece melhor o dom Divino, de que eles são apenas portadores, e não patrões. Hoje, o texto avança um pouco mais e diz que, ao distribuir aos homens e mulheres de todos os tempos a boa nova, a notícia mais alvissareira, a mais importante e mais profunda, Deus os ama e os chama à vida Consigo, já neste mundo e na Eternidade. Entretanto, adverte: podem ser mal recebidos, podem ser mal interpretados, podem ver portas fecharem diante de si, podem até mesmo ser objeto de perseguição e podem ser arrastados a tribunais.

Nesse momento - diz o Evangelista - não devem eles premeditar o que dizer, pois o Espírito Santo lhes porá nos lábios sabedoria tal, contra a qual não poderão argumentar os adversários. É interessante esta exposição porque é a única vez, no corpo do Evangelho, que aparece o Espírito Santo. Ele aparece aqui como o advogado de defesa; o advogado de defesa na boca dos missionários de Jesus. E a Igreja faz esta experiência ao longo de toda a sua história. Missionários e missionárias houve que deram a vida por causa do Evangelho que anunciavam. Foram arrastados a tribunais, foram silenciados, alguns foram até executados. E estas coisas não são apenas do passado; fazem parte, lamentavelmente, da história de todos os tempos.

Somente no século passado podemos enumerar um sem número de testemunhas da fé, que pagaram com o sangue o anúncio de Jesus. No entanto, apesar de serem silenciados, a mensagem continua; a mensagem está presente. Passam os homens, são executados alguns missionários, morrem os que os executaram também e vão ao encontro do juízo de Deus. Mas a boa nova continua ao alcance de todos. É verdade, muita gente não dá a menor importância a esta boa nova, sobretudo em nossas grandes cidades. Quem é que nos escuta? Mas a Palavra de Deus aí está e é proclamada diariamente. E um dia, ninguém poderá dizer que não teve tempo para ouvi-la.

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