Judeus na Terra Santa recordam "dia mais triste" do ano judaico

Thaysi Santos
Canção Nova Notícias, Terra Santa

Judeus de todo o mundo recordaram nesta terça-feira, 20, a destruição do antigo templo de Jerusalém, ocorrida duas vezes e na mesma época do ano. A data não é fixa e nem segue o calendário ocidental, já que o judaísmo tem um calendário próprio, baseado nos ciclos da lua.

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Um dia de luto. No calendário hebraico, o nono dia do mês de Av, o Tishá b’Av é o mais triste do ano judaico. É a ocasião em que os judeus fazem penitências, lêem o livro das Lamentações e choram a destruição do Templo Sagrado de Jerusalém e seus subseqüentes exílios e tragédias.

A judia Melody Mahboshi explica que desde o dia anterior, iniciando com o pôr do sol, eles jejuam e rezam porque é um dia que coisas muito ruins aconteceram com seu povo. Suplicam por misericórdia e que o terceiro templo seja rapidamente reconstruído e no mesmo local que existia antes.

Em 587 a.C, o templo construído por Salomão foi destruído por Nabucodonosor, quando foi institucionalizado o exílio judaico. Seis séculos depois, no ano 70 d.C, também na mesma data, o segundo Templo foi destruído pelo Império Romano em decorrência da grande revolta judaica. O único vestígio que ainda continua em pé é o Muro das Lamentações, um dos pontos mais visitados pelos turistas em Jerusalém.

O Muro das Lamentações é o local onde os judeus costumam colocar pedidos de oração por escrito em alguma fresta da muralha. Ali é o principal local de oração para a fé judaica. Entre as suas intenções, eles rezam pelo povo de Israel, a vinda do Messias e a reconstrução do Templo.

Tishá Bav é um dia de dor e oração também porque foi nessa data que os judeus foram expulsos da Inglaterra e da Espanha.

Hernan Kreinin, judeu argentino que está temporariamente em Jerusalém, diz que eles costumam acordar às três da manhã e já iniciar o dia de penitência. Não lavam o rosto, não tomam banho, não trocam de roupa e o jejum é completo, até mesmo de líquidos. É uma forma, segundo ele, de elevação espiritual e de purificação daquilo que é material e terreno.

No exato local do antigo templo judaico, hoje existe um santuário muçulmano. Esse é um dos motivos de tanta divergência entre judeus e muçulmanos.

 

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