Papa defende Economia que atenda "reais necessidades das pessoas"

Leonardo Meira
Da Redação


As empresas podem desempenhar um papel crucial e positivo na sociedade, desde que suas atividades sejam desempenhadas com base em um "olhar previdente", que busque "atender às reais necessidades das pessoas".

O direcionamento foi dado por Bento XVI a integrantes da União de Industriais e Empresários de Roma, recebidos na manhã desta quinta-feira, 18, na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano.

.: NA ÍNTEGRA: Discurso de Bento XVI a empresários de Roma

A crise econômica, que afetou severamente os sistemas econômicos e produtivos de muitos países, deve ser vivida com confiança. O Papa convidou a considerá-la como oportunidade de "revisão dos modelos de desenvolvimento e de uma nova organização do mundo financeiro, um 'tempo novo' de um profundo repensar".

Ao destacar vários pontos de sua Encíclica social sobre o desenvolvimento humano integral - Caritas in veritate - o Santo Padre enfatizou que a pessoa deve ser colocada no centro da economia e respeitada em sua dignidade, bem como ter garantia de acesso a trabalho digno.

"Aquilo que guia a Igreja em fazer-se promotora de um objetivo similar é o convencimento de que o trabalho é um bem para o homem, para a família e para a sociedade, e é uma fonte de liberdade e de responsabilidade", destacou.


"Riqueza social"

Bento XVI encorajou os esforços do empresariado no serviço à sociedade e o bem comum, incentivando-os a vencer a mentalidade individualista e materialista e a aplicar os investimentos na economia real - ao invés de em mercados especulativos -, garantia de se produzir "riqueza social".

"Existem várias provas de que a vida de uma empresa depende da sua atenção a todos os sujeitos com que desenvolve relações, da ética de seu projeto e de suas atividades. A mesma crise financeira demonstrou que, dentro de um mercado assolado por falências, resistiram aqueles agentes econômicos capazes de se ater ao comportamento moral e atentos às necessidades do próprio território.

Por fim, o Pontífice ressaltou que o desenvolvimento em qualquer área humana "implica também a abertura ao transcendente, a dimensão espiritual da vida, a confiança em Deus, o amor, a fraternidade, o acolhimento, a justiça, a paz".

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