Papa afirma que "entre fé e ciência não há oposição", mas amizade

Leonardo Meira
Da Redação
CN

Bento XVI acena aos fiéis: oração pessoal, frequência aos sacramentos e orientação espiritual são meios para descobrir e seguir a voz de Deus
"Entre fé e ciência não há oposição. [...] Entre ciência e fé está a amizade, e os homens de ciência podem percorrer um autêntico e fascinante percurso de santidade", garantiu Bento XVI durante a Catequese desta quarta-feira, 24, na Praça de São Pedro.

.: NA ÍNTEGRA: Catequese de Bento XVI sobre sobre Santo Alberto Magno

Ao continuar o ciclo de catequeses sobre a cultura cristã na Idade Média, o Papa destacou a figura do dominicano Santo Alberto Magno, mestre de Santo Tomás de Aquino, com quem "instaurou uma relação de mútua estima e amizade, atitudes humanas que muito ajudam o desenvolvimento da ciência", complementa o Santo Padre.

Santo Alberto se ocupou, além de Teologia e Filosofia, com um amplo leque das disciplinas até então conhecidas, incluindo Física, Química, Astronomia e outras.

"Um homem de fé e de oração, como foi Santo Alberto Magno, pode cultivar serenamente o estudo das ciências naturais [...] porque tudo isso ajuda a alimentar a sede e o amor de Deus. [...] O estudo científico se transforma, então, em um hino de louvor", ressalta Bento XVI.

Com relação ao chamado de Santo Alberto para entrar na Ordem dos Pregadores, o Papa disse: "Muitas vezes, nos anos da juventude, Deus nos fala e nos indica o projeto de nossa vida. Como para Alberto, também para todos nós a oração pessoal, nutrida pela Palavra de Senhor, a frequência aos sacramentos e a orientação espiritual de homens iluminados são os meios para descobrir e seguir a voz de Deus".


Operação cultural

O Pontífice recordou a operação cultural empreendida por Santo Alberto, que acolheu e valorizou o pensamento de Aristóteles - filósofo grego e pagão -, elaborada de modo definitivo por São Tomás.

"Tudo o que é realmente racional é compatível com a fé revelada na Sagrada Escritura. Em outras palavras, Santo Alberto Magno contribuiu para a formação de uma Filosofia autônoma, distinta da Teologia e unida com ela apenas na unidade da verdade".

Assim, o Santo Padre salienta que os homens de ciência também podem percorrer um autêntico e fascinante percurso de santidade. Por fim, Bento XVI convidou a rezar para que não faltem à Igreja teólogos doutos, piedosos e santos, bem como a "sempre configurar-se à vontade de Deus para desejar e fazer tudo, somente e sempre, para a Sua glória".

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