EVANGELHO QUOTIDIANO - Domingo, dia 07 de Março de 2010


Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68


Domingo, dia 07 de Março de 2010

3º Domingo da Quaresma - Ano C


3º Domingo da Quaresma ( semana III do saltério)
Hoje a Igreja celebra : Santas Perpétua e Felicidade, mártires, +203, S. Pedro Sukeyiro, terceiro franciscano, mártir, +1597

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São Cipriano : Imitar a paciência de Deus


Livro de Êxodo 3,1-8.13-15.

Moisés estava a apascentar o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Madian. Conduziu o rebanho para além do deserto, e chegou à montanha de Deus, ao Horeb. O anjo do Senhor apareceu-lhe numa chama de fogo, no meio da sarça. Ele olhou e viu, e eis que a sarça ardia no fogo mas não era devorada. Moisés disse: «Vou adentrar-me para ver esta grande visão: por que razão não se consome a sarça?» O Senhor viu que ele se adentrava para ver; e Deus chamou-o do meio da sarça: «Moisés! Moisés!» Ele disse: «Eis-me aqui!» Ele disse: «Não te aproximes daqui; tira as tuas sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é uma terra santa.» E continuou: «Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob.» Moisés escondeu o seu rosto, porque tinha medo de olhar para Deus. O Senhor disse: «Eu bem vi a opressão do meu povo que está no Egipto, e ouvi o seu clamor diante dos seus inspectores; conheço, na verdade, os seus sofrimentos. Desci a fim de o libertar da mão dos egípcios e de o fazer subir desta terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel, terra do cananeu, do hitita, do amorreu, do perizeu, do heveu e do jebuseu. Moisés disse a Deus: «Eis que eu vou ter com os filhos de Israel e lhes digo: ‘O Deus dos vossos pais enviou-me a vós’. Eles dir-me-ão: ‘Qual é o nome dele?’ Que lhes direi eu?» Deus disse a Moisés: «EU SOU AQUELE QUE SOU.» Ele disse: «Assim dirás aos filhos de Israel: ‘Eu sou’ enviou-me a vós!» Deus disse ainda a Moisés: «Assim dirás aos filhos de Israel: ‘O Senhor, Deus dos vossos pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob, enviou-me a vós: este é o meu nome para sempre, o meu memorial de geração em geração’.


1ª Carta aos Coríntios 10,1-6.10-12.

Não quero que ignoreis, irmãos, que os nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, todos passaram através do mar e todos foram baptizados em Moisés, na nuvem e no mar. Todos comeram do mesmo alimento espiritual e todos beberam da mesma bebida espiritual; pois bebiam de um rochedo espiritual que os seguia, e esse rochedo era Cristo. Apesar disso, a maior parte deles não agradou a Deus, pois foram exterminados no deserto. Ora isto aconteceu para nos servir de exemplo, a fim de não cobiçarmos coisas más, como eles cobiçaram. Não murmureis, como murmuraram alguns deles, e pereceram às mãos do Exterminador. Estas coisas aconteceram-lhes para nosso exemplo e foram escritas para nos servir de aviso, a nós que chegámos ao fim dos tempos. Assim, pois, quem pensa estar de pé, tome cuidado para não cair.


Evangelho segundo S. Lucas 13,1-9.

Nessa ocasião, apareceram alguns a falar-lhe dos galileus, cujo sangue Pilatos tinha misturado com o dos sacrifícios que eles ofereciam. Respondeu-lhes: «Julgais que esses galileus eram mais pecadores que todos os outros galileus, por terem assim sofrido? Não, Eu vo-lo digo; mas, se não vos converterdes, perecereis todos igualmente. E aqueles dezoito sobre os quais caiu a torre de Siloé, matando-os, eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não, Eu vo-lo digo; mas, se não vos converterdes, perecereis todos da mesma forma.» Disse-lhes, também, a seguinte parábola: «Um homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e foi lá procurar frutos, mas não os encontrou. Disse ao encarregado da vinha: 'Há três anos que venho procurar fruto nesta figueira e não o encontro. Corta-a; para que está ela a ocupar a terra?' Mas ele respondeu: 'Senhor, deixa-a mais este ano, para que eu possa escavar a terra em volta e deitar-lhe estrume. Se der frutos na próxima estação, ficará; senão, poderás cortá-la.'»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Cipriano (c. 200-258), Bispo de Cartago e mártir
Dos benefícios da paciência, 3-5; PL 4, 624-625 (a partir da trad. de Orval)

Imitar a paciência de Deus


Como é grande a paciência de Deus! [...] Ele faz com que o dia nasça e com que o sol se levante tanto para os bons como para os maus (Mt 5, 45); Ele rega a terra com as chuvas e ninguém fica excluído da Sua benevolência, uma vez que a água é dada indistintamente aos justos e aos injustos. Vemo-Lo agir com igual paciência para com os culpados e para com os inocentes, os fiéis e os ímpios, aqueles que Lhe dão graças e os ingratos. Para todos eles os tempos obedecem à voz de Deus, os elementos colocam-se ao Seu serviço, os ventos sopram, manam as fontes, as colheitas aumentam de abundância, a uva amadurece, as árvores carregam-se de frutos, as florestas reverdecem e os prados cobrem-se de flores. [...] E embora Ele tenha o poder de Se vingar, prefere esperar muito tempo com paciência e aguarda e adia com bondade para que, se for possível, a malícia se esbata com o tempo e o homem [...] se volte enfim para Deus, segundo o que Ele mesmo nos diz: «Não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim na sua conversão, a fim de que tenha a vida» (Ez 33, 11). E ainda: «Voltai-vos para Mim, regressai para o Senhor vosso Deus, porque Ele é misericordioso, bom, paciente e compassivo» (Jl 2, 13). [...]

Ora, Jesus diz-nos: «Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste» (Mt 5, 48). Por estas palavras Ele nos indica que, sendo filhos de Deus e regenerados por um nascimento celeste, atingimos o cume da perfeição quando a paciência de Deus Pai permanece em nós e a semelhança divina, perdida pelo pecado de Adão, se manifesta a brilha nos nossos actos. Que grande glória a nossa, a de nos assemelharmos a Deus, que grande felicidade, termos essa virtude digna dos louvores divinos!

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