Cáritas inicia campanha de ajuda às vítimas do terremoto no Chile

Da Redação CN, com Rádio Vaticano

A Cáritas Santiago realizará a partir desta segunda-feira, 1º, uma campanha para arrecadar fundos e alimentos não perecíveis em ajuda às pessoas afetadas pelo terremoto.

"Em momentos como esse, é necessário que os chilenos sejam solidários e ajudem quem perdeu tudo", afirmou o diretor da Cáritas Santiago, Rodrigo Tupper. Tudo o que for arrecadado será entregue nas regiões de Maule e de Bío Bío, as mais atingidas pelo terremoto.

Por sua vez, o Arcebispo de Concepción, Dom Ricardo Ezzati, lamentou os saques que se seguiram ao tremor, definindo-os como um segundo terremoto. "Nós nos perguntamos onde está a consciência dessa gente, que danifica a propriedade privada e a organização da cidade, em momentos em que se necessita estender a mãos para ajudar, e não para roubar".

Ele explica que, em sua região, houve saques, supermercados incendiados e roubos em lojas: "As pessoas têm medo que suas casas sejam assaltadas, e o toque de recolher foi uma medida muito oportuna", ponderou.

Segundo o arcebispo, a situação nas paróquias da arquidiocese é muito complexa, pois muitas igrejas foram destruídas. Dom Ezzati acrescentou que ainda não conseguiu se comunicar com as paróquias na costa.

Passadas as horas mais críticas, o arcebispo afirma que a organização começa a funcionar. Mesmo assim, as pessoas estão angustiadas e o desespero está muito presente. "É impressionante a fortaleza de espírito, porque em meio à tragédia estão dispostos a prestar ajuda."

Enquanto isso, sobre o trabalho de reconstrução, o presidente da Conferência Episcopal, Dom Alejandro Goic Karmelic, pediu que as construtoras que tiveram seus edifícios e casas destruídos pelo terremoto tenham responsabilidade social com as pessoas afetadas. "Deus é culpado ou o homem, que usa mal sua liberdade e agora, por ganância, nos encontramos nesta triste tragédia?"

Em Missa celebrada na Praça dos Heróis, na cidade de Rancagua, o arcebispo recordou que no Chile existem leis que determinam como os edifícios devem ser construídos, por se encontrar em um país sísmico, e citou o caso de um edifício em Concepción, onde ficaram presas 100 pessoas, "provavelmente todos mortos", lamentou.

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