Bioética: Vida é dom ofertado por Deus, defende bispo italiano

Leonardo Meira
Da Redação


O horizonte da bioética deve ser sempre pautado pelo entendimento de que a vida contém um mistério dentro de si e é dom ofertado pelo Criador, não possuído ou conquistado pelos homens.

É isso que garante o presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Dom Rino Fisichella, em artigo intitulado Bioética e lei natural: o limite cancelado.

.: NA ÍNTEGRA: Leia artigo de Dom Rino Fisichella

Ao destacar que a bioética permanecerá no foco dos debates por um bom tempo, devido ao "progresso imparável" da ciência e das conquistas tecnológicas, Fisichella salienta que a exigência ética se torna ainda mais importante para garantir uma resposta justa e que respeite a dignidade da vida humana.

"Se cada vez mais cresce o conhecimento científico e a tecnologia é refinada, é evidente que as questões da razão terão motivo de se multiplicar para verificar o quanto o percurso rumo à felicidade desejada e ansiada seja realmente factível e atingível. A exigência ética, no entanto, encontrará neste contexto ainda maior urgência para chegar a uma resposta justa e respeitosa da dignidade da vida humana".

Sobre as intercalações entre bioética e lei natural, Dom Rino salienta questões sobre como conceber, aceitar e se colocar frente aos limites da vida humana. Da mesma forma, destaca a evolução do relacionamento do homem com a natureza - antes, como partes essencialmente unidas; hoje, como duas categorias diferentes.

"O mundo de hoje vive uma situação verdadeiramente paradoxal: quanto mais aumenta a capacidade de avanços científicos e técnicos, mais cresce a lacuna com a questão fundamental da vida, que gira em torno do bem e do mal como premissa indispensável para dar sentido à existência pessoal".

O presidente da Pontifícia Academia concluiu suas reflexões afirmando que a instância ética que reivindica o valor da lei moral natural não é anacrônica; antes, "impõe-se como critério obrigatório para chegar à verdade e guiar os julgamentos éticos em vista de uma autêntica e forte escolha de liberdade na verdade".

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