Amor ao próximo será sempre necessário, diz Papa a voluntários

Leonardo Meira
Da Redação
CN

"Como nos ensina o relato evangélico, o amor ao próximo não pode ser delegado: o Estado e a política, embora com os cuidados necessários pelo bem-estar, não podem substituí-lo. [...] O amor será sempre necessário, mesmo na sociedade mais justa", garantiu o Papa durante encontro com funcionários e voluntários da Defesa Civil italiana.

Bento XVI frisou que o voluntariado não é uma espécie de "paliativo", mas ingrediente fundamental no processo de moldar a face humana e cristã da sociedade. O encontro aconteceu na Sala Paulo VI na manhã deste sábado, 6.

.: Leia o Discurso de Bento XVI aos voluntários

"Sem o voluntariado, o bem comum e a sociedade não podem durar muito tempo, porque seu progresso e dignidade dependem, em grande medida, exatamente daquelas pessoas que fazem mais que o seu dever".

Bento XVI indicou que a missão dos voluntários não se atém apenas às emergências, mas é uma contribuição para o bem comum. Além disso, delineou o sentido dos momentos de grande provação. "Essas são uma oportunidade de discernimento, e não de desespero. Oferecem a oportunidade de formular um novo planejamento social, orientado majoritariamente para a virtude e o bem de todos".

O Papa lembrou situações que são ícone do serviço prestado pelos voluntários, como os grandes terremotos que atingiram regiões da Itália e a assistência prestada na Jornada Mundial da Juventude do ano 2000 e durante os funerais de João Paulo II.


Bom Samaritano

A partir do relato evangélico do Bom Samaritano, o Santo Padre destacou que o personagem que auxilia o necessitado ensina a ir além da emergência "e a preparar, poderíamos dizer, o retorno à normalidade. Ele, de fato, ata as feridas homem deitado no chão, mas depois se preocupa em confiá-lo ao dono da hospedaria, superada a emergência, para que possa se recuperar".

O Santo Padre pediu que os voluntários sejam sempre mais ícones viventes desse Bom Samaritano. "Quando uma pessoa não se limita a fazer apenas o seu dever na profissão e na família, mas compromete-se pelos outros, seu coração se expande. Quem ama e serve gratuitamente o outro como próximo, vive e age segundo o Evangelho e participa da missão da Igreja, que sempre olha para a pessoa como um todo e quer fazê-la sentir o amor de Deus", afirmou.

Por fim, o Papa disse que tanto ele quanto a Igreja apoiam o "serviço valioso" dos voluntários. "A Virgem Maria, que vai 'às pressas' ao encontro da prima Isabel para ajudá-la, seja o vosso modelo", concluiu.

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