Maria constitui presença doce e confortadora nas cidades cristãs

Da Redação CN, com Rádio Vaticano

No final da tarde desta terça-feira, 8, após rezar o Ângelus pela Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, o Papa Bento XVI fez a tradicional homenagem com flores à Virgem, na famosa Praça de Espanha, centro de Roma. Na reflexão que dirigiu aos fiéis e peregrinos, o Pontífice falou da arquitetura das cidades cristãs, em que Maria constitui uma presença doce e confortadora. Em especial, na Praça de Espanha, Maria se encontra no alto, como se vigiasse sobre Roma. "Mas o que Maria diz à cidade? Ela, é a Mãe Imaculada que repete aos homens do nosso tempo: não tenham medo, Jesus venceu o mal", disse o Papa.


"Quanto necessitamos desta bela notícia! Todos os dias, de fato, por meio dos jornais, da televisão e do rádio, o mal nos é contado, repetido, amplificado, habituando-nos às coisas mais terríveis, fazendo-nos tornar insensíveis e, de alguma maneira, intoxicando-nos, porque o negativo não é plenamente digerido e, dia após dia, se acumula. O coração se endurece e os pensamentos se obscurecem. Por isso, a cidade necessita de Maria, que com a sua presença nos fala de Deus e nos induz a esperar, inclusive nas situações mais humanamente difíceis", ressalta Bento XVI.


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Nas cidades, continuou o Pontífice, vivem – ou sobrevivem – pessoas invisíveis, que por vezes acabam nas primeiras páginas ou nos telejornais, e são exploradas até o último, até que a notícia e a imagem chamem a atenção. "É um mecanismo perverso, ao qual é difícil resistir. A cidade esconde e depois expõe ao público, sem piedade ou com uma falsa piedade. Ao invés, existe em cada homem o desejo de ser acolhido como pessoa e ser considerado uma realidade sagrada", explica.



"A cidade somos nós", recordou o Papa. "Todos nós devemos contribuir para a sua vida e o seu clima moral. A mídia tende a nos fazer sentir sempre expectadores, como se o mal dissesse respeito somente aos outros. Ao invés, todo somos "atores" e, no bem e no mal, o nosso comportamento influencia os outros".

Bento XVI alerta ainda aqueles que criticam os problemas de um espaço urbano: "Quando falamos das cidades, muitas vezes nos lamentamos do ar, muito poluído. Na verdade, a poluição está no espírito, que não nos faz ver o outro, olhá-lo em seu rosto. As pessoas se tornam corpos e perdem a alma".

Ao falar sobre este dia da Imaculada Conceição, o Santo Padre convida os fiéis a recorrerem à Nossa Senhora para que redescubram o valor do relacionamento humano: "Maria Imaculada nos ajuda a redescobrir e a defender a profundidade das pessoas. Ela nos ensina a nos abrir à ação de Deus, para olhar os outros como Ele os olha: a partir do coração, sobretudo os mais sós, mais desprezados e explorados".

Por fim, o Pontífice homenageou todos aqueles que, em silêncio e com os fatos, se esforçam em praticar esta lei evangélica do amor. "Aqui em Roma são muitos, e raramente são notícia. Homens e mulheres de todas as idades que entenderam que não adianta condenar, lamentar, recriminar, mas vale mais responder ao mal com o bem. Isso muda as coisas; ou melhor, muda as pessoas e, consequentemente, melhora a sociedade".

O Papa concluiu pedindo que ouçamos o apelo silencioso, porém forte, de Maria. "Ela nos diz: onde avultou o pecado, possa a graça superabundar. E a cidade será mais bela, mais cristã e mais humana!".

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