EVANGELHO QUOTIDIANO - Quarta-feira, dia 19 de Agosto de 2009


Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68


Quarta-feira, dia 19 de Agosto de 2009

Quarta-feira da 20ª semana do Tempo Comum


Hoje a Igreja celebra : S. João Eudes, presbítero, +1680

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S. João Crisóstomo : O homem da décima primeira hora: «Os últimos serão os primeiros»


Livro de Juízes 9,6-15.

Juntaram-se, então, todos os senhores de Siquém e toda a casa de Milo, e foram proclamar rei Abimélec, junto do terebinto do monumento que está em Siquém. Isto foi comunicado a Jotam. E ele foi colocar-se no cimo do monte Garizim; ergueu a voz e gritou; depois, disse-lhes: «Ouvi-me, senhores de Siquém, e que Deus vos oiça! As árvores puseram-se a caminho para ungirem um rei para si próprias. Disseram, então, à oliveira: ‘Reina sobre nós.’ Disse-lhes a oliveira: ‘Irei eu renunciar ao meu óleo, com que se honram os deuses e os homens, para me agitar por cima das árvores?’ As árvores disseram, depois, à figueira: ‘Vem tu, então, reinar sobre nós.’ Disse-lhes a figueira: ‘Irei eu renunciar à minha doçura e aos meus bons frutos, para me agitar sobre as árvores?’ Disseram, então, as árvores à videira: ‘Vem tu reinar sobre nós.’ Disse-lhes a videira: ‘Irei eu renunciar ao meu mosto, que alegra os deuses e os homens, para me agitar sobre as árvores?’ Então, todas as árvores disseram ao espinheiro: ‘Vem tu, reina tu sobre nós.’ Disse o espinheiro às árvores: ‘Se é de boa mente que me ungis rei sobre vós, vinde, abrigai-vos à minha sombra; mas, se não é assim, sairá do espinheiro um fogo que há-de devorar os cedros do Líbano!’


Evangelho segundo S. Mateus 20,1-16.

«Com efeito, o Reino do Céu é semelhante a um proprietário que saiu ao romper da manhã, a fim de contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e enviou-os para a sua vinha. Saiu depois pelas nove horas, viu outros na praça, que estavam sem trabalho, e disse-lhes: 'Ide também para a minha vinha e tereis o salário que for justo.’ E eles foram. Saiu de novo por volta do meio-dia e das três da tarde, e fez o mesmo. Saindo pelas cinco da tarde, encontrou ainda outros que ali estavam e disse-lhes: 'Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’ Responderam-lhe: 'É que ninguém nos contratou.’ Ele disse-lhes: 'Ide também para a minha vinha.’ Ao entardecer, o dono da vinha disse ao capataz: 'Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até aos primeiros.’ Vieram os das cinco da tarde e receberam um denário cada um. Vieram, por seu turno, os primeiros e julgaram que iam receber mais, mas receberam, também eles, um denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo: 'Estes últimos só trabalharam uma hora e deste-lhes a mesma paga que a nós, que suportámos o cansaço do dia e o seu calor.’ O proprietário respondeu a um deles: 'Em nada te prejudico, meu amigo. Não foi um denário que nós ajustámos? Leva, então, o que te é devido e segue o teu caminho, pois eu quero dar a este último tanto como a ti. Ou não me será permitido dispor dos meus bens como eu entender? Será que tens inveja por eu ser bom?’ Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos. Porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

S. João Crisóstomo (c. 345-407), sacerdote em Antioquia, mais tarde Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja
Homilia para Sexta-feira Santa «A Cruz e o ladrão» (a partir da trad. Année en fêtes, Migne 2000, p. 277)

O homem da décima primeira hora: «Os últimos serão os primeiros»


Que fez, pois, o ladrão para receber em herança o paraíso, logo a seguir à cruz? [...] Enquanto Pedro negava Cristo, o ladrão, do alto da cruz, dava testemunho Dele. Não digo isto para denegrir Pedro; digo-o para pôr em evidência a grandeza de alma do ladrão. [...] Aquele ladrão, enquanto toda a populaça se mantinha à sua volta, acusando, vociferando, cobrindo-os de blasfémias e de sarcasmos, não lhes deu a menor importância. Nem sequer teve em conta o estado miserável da crucifixão que se erguia diante dele. Lançou sobre tudo isso um olhar cheio de fé. [...] Virou-se para o Senhor dos céus e, entregando-se a Ele, disse: «Lembra-te de mim, Senhor, quando fores para o teu Reino» (Lc 23, 42). Não menosprezemos o exemplo do ladrão nem tenhamos vergonha de o tomarmos como mestre, a ele que nosso Senhor não desdenhou de fazer entrar no paraíso em primeiro lugar. [...]

Ele não lhe disse, como fizera a Pedro: «Vem, segue-Me e farei de ti um pescador de homens» (Mt 4, 19). Também não lhe disse, como aos Doze: «Sentar-vos-eis sobre doze tronos para julgar as doze tribos de Israel» (Mt 19, 28). Não o agraciou com nenhum título; não lhe mostrou qualquer milagre. O ladrão não O viu ressuscitar um morto, nem expulsar demónios; não viu o mar obedecer-Lhe. Cristo não lhe disse nada acerca do Reino, nem da geena. E, contudo, deu testemunho dEle diante de todos e recebeu o Reino em herança.

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